Iolete Sampaio Machado Melo é uma mulher muito especial. É patrimônio da “batalhidade”, um adjetivo, que uso para descrever as figuras sínteses de nossa Batalha, daí, “batalhidade”.
Viúva do conhecido “Chico Melo”, com quem manteve um matrimônio às custas de um verdadeiro heroísmo! Mãe de quatro filhos, três homens: Francisco José, Mauro, Osvaldo e de uma mulher: Maria Teresa; esta simpática senhora vive em Batalha, e aposto que não troca esta cidade por nada, ali vive desde que abriu os olhos para a vida, isto é, há 87 anos, que foi celebrado no último dia 4 de julho, razão dessa crônica.
Sempre quis escrever algo sobre Dona Iolete, mas sempre me acanhei, pois não se pode falar dos santos e santas, apenas se acenam algumas características! Porém, o meu acanhamento chegou ao fim, sei porém, da insignificância dessa crônica diante da figura gigantesca que se desenha, no seu corpo pequenino e acorcundado, já debilitado pelo peso da idade e pela sua saúde já fragilizada.
Algumas pessoas, como dona Iolete, todavia, nascem como que com intuições que lhes são próprias da personalidade. Com certas sensibilidades e pureza de espírito, raras de ser ver no conjunto da humanidade, principalmente em se tratando dela que nasceu, se criou e vive em uma pequena cidade cheia de conceitos pré-concebidos e muitos escrúpulos provincianos. E com essa pureza descerá ao túmulo. Jamais a vi falando mal de quem quer que fosse!
Dona Iolete, sem dúvidas é uma figura síntese da religiosidade batalhense, mulher de grande valor moral e espiritual. Sua presença à frente do Apostolado da Oração foi sempre garantia de força para a evangelização de nossa terra.
Leiamos com saudade o que nos disse o querido Miltinho, sobre dona Iolete: “Iolete de Sampaio Machado Melo é uma dessas pessoas que a gente se apaixona no primeiro olhar. Na primeira palavra da conversa. No primeiro cafezinho servido com o delicioso bolo de goma, na cozinha de seu casarão. Tia Lete é uma dessas mulheres que procuraram servir à família e à Deus. É uma abençoada, iluminada por Deus e uma criatura por quem temos um carinho do tamanho do mundo. E hoje, quando completo um ano sem a presença da querida Tetê, tão amiga e aparentada de Iolete, quero dedicá-la um abraço especial, por esta data que merece toda a comemoração do mundo.”
Tinha razão o Miltinho, que foi muito feliz na sua síntese: Família, Igreja e Amor, estas três palavras resumem a trajetória dessa devota de São Gonçalo, que se encaminha para os 90 anos.
Nossa comunidade católica batalhense é profundamente devedora à sua pessoa. Vejo em “dona Lete” um testemunho vivo de serviço à Igreja de Jesus Cristo, que está em Batalha, através de seus inúmeros serviços prestados à nossa comunidade. Desde o seu zelo pelas alfaias, seu amor ao Coração de Jesus, à Maria e a São Gonçalo, nosso patrono, até o serviço às pessoas no exercício de sua caridade.
Amiga dos sacerdotes, por quem nutre enorme respeito e reverência. Eles ao chegarem à Batalha, para exercerem o seu ministério pastoral logo perguntam: “Quem é dona Iolete?”.
Não recordo-me de tê-la vista na igreja, sem estar portando a sua bela fita vermelha, sempre bem vistosa e engomada, símbolo de sua adesão ao Apostolado da Oração, e do seu amor pelo Coração de Jesus. Ela sempre fez muito pela Paróquia de São Gonçalo, porém, é de uma discrição própria dos santos, não faz alarde, e sempre age com grande eficiência e rapidez.
Toda pessoa, verdadeiramente, se é de Deus, é também um ecônomo da palavra, Iolete não gasta uma vírgula além da matéria-prima que lhe serve de signo para expressar o indizível. Sua presença, a percebo desde menino, é uma presença quase silenciosa, sua presença é mais sugerida que descrita, como a renda cujos vazios são o conteúdo do desenho.
A vejo sempre como uma mulher batalhense, naquilo que mais nos identifica, não adianta tentar descrever este jeito, só quem nasce por estas banda o sabe bem, pois nossa terra, tem um mistério revelado, só por quem a freqüenta e conhece este jeito.
O que será que Iolete reza? Mulher rezadeira, ou melhor dizendo noveneira, e não noveleira, sua reza traz Deus nas dobras do ser e, por isso, é capaz dessa atitude panenteísta, de quem, O identifica no infinitamente grande, como o brilho das estrelas, e no infinitamente pequeno, como um toco de vela. Seu olhar, dona Iolete, é sacramental, suas atitudes trazem as marcas do Criador, seus olhos meigos traduzem o que seu coração está cheio, ou seja: ternura!
Ela não é uma daquelas ‘beatas’ rígidas e tristonhas, muito ao contrário, é profundamente alegre e pouca coisa material a abala.
Não vou falar de seus pecados, quem sou para apontá-los, a senhora os conhece, e os confessa com freqüência, eu bem sei. Mais que isto, Deus a conhece pelo verso e pelo averso, assim como a senhora conhece as toalhas do altar da matriz, assim Deus também a conhece!
Seu amor ao Sagrado Coração de Jesus é sem misura, certa vez me disse que ingressara ainda muito jovem no Apostolado da Oração, herança de sua mãe.
Tenho saudades de seus biscoitos de nata, feitos com capricho e zelo, sem falar no “assado” de capão de dona Iolete, que faz nascer fila de arrematadores nos leilões do santo padroeiro de Batalha.
Outra devoção de Dona Iolete é santa Teresinha do Menino Jesus, e têm razão os santos todos se parecem no essencial: ou seja no amor desmedido a Jesus e à sua Igreja, assim também é dona Iolete!
Uma das cenas que mais me edifica durante os festejo de São Gonçalo, é quando se aproxima a procissão, no dia 1º de janeiro. Quando a imagem passa em frente à casa de dona Bola, e ver dona Iolete ali sentada, contemplando com a sua fé contagiante a conclusão de mais uma festa, não tem cena igual, é um céu já no meio de nós. Contudo, precisa ter sensibilidade para tanto, quem não tem, deve esperar mesmo o céu, vou me contentando com estes pedacinhos de céu, enquanto espero a sua totalidade, mesmo sem saber se o mereço!
Dona Iolete muito obrigado pelo dom de sua vida, pelo seu serviço à nossa Igreja, pela sua audácia silenciosa e laboriosa, receba os votos de admiração de nossa gente batalhense!
Receba a bênção papal, que intervir aqui em Roma, a seu favor e do seu amado Apostolado da Oração, que faço chegar às suas mãos como sinal do reconhecimento de nossa Igreja pelo seu frutuoso trabalho!
Como disse no início dessa crônica, não quero e nem tenho condições de dizer tudo, só quis acenar algumas nuances de sua trajetória, sem ter atingido o mérito, concluo dizendo que se do barro o Criador fez alguém com tanto amor e capacidade de serviço, uma delas sem dúvidas com propriedade se chama Iolete Sampaio Machado Melo, parabéns!
Pe. Leonardo de Sales.
Viúva do conhecido “Chico Melo”, com quem manteve um matrimônio às custas de um verdadeiro heroísmo! Mãe de quatro filhos, três homens: Francisco José, Mauro, Osvaldo e de uma mulher: Maria Teresa; esta simpática senhora vive em Batalha, e aposto que não troca esta cidade por nada, ali vive desde que abriu os olhos para a vida, isto é, há 87 anos, que foi celebrado no último dia 4 de julho, razão dessa crônica.
Sempre quis escrever algo sobre Dona Iolete, mas sempre me acanhei, pois não se pode falar dos santos e santas, apenas se acenam algumas características! Porém, o meu acanhamento chegou ao fim, sei porém, da insignificância dessa crônica diante da figura gigantesca que se desenha, no seu corpo pequenino e acorcundado, já debilitado pelo peso da idade e pela sua saúde já fragilizada.
Algumas pessoas, como dona Iolete, todavia, nascem como que com intuições que lhes são próprias da personalidade. Com certas sensibilidades e pureza de espírito, raras de ser ver no conjunto da humanidade, principalmente em se tratando dela que nasceu, se criou e vive em uma pequena cidade cheia de conceitos pré-concebidos e muitos escrúpulos provincianos. E com essa pureza descerá ao túmulo. Jamais a vi falando mal de quem quer que fosse!
Dona Iolete, sem dúvidas é uma figura síntese da religiosidade batalhense, mulher de grande valor moral e espiritual. Sua presença à frente do Apostolado da Oração foi sempre garantia de força para a evangelização de nossa terra.
Leiamos com saudade o que nos disse o querido Miltinho, sobre dona Iolete: “Iolete de Sampaio Machado Melo é uma dessas pessoas que a gente se apaixona no primeiro olhar. Na primeira palavra da conversa. No primeiro cafezinho servido com o delicioso bolo de goma, na cozinha de seu casarão. Tia Lete é uma dessas mulheres que procuraram servir à família e à Deus. É uma abençoada, iluminada por Deus e uma criatura por quem temos um carinho do tamanho do mundo. E hoje, quando completo um ano sem a presença da querida Tetê, tão amiga e aparentada de Iolete, quero dedicá-la um abraço especial, por esta data que merece toda a comemoração do mundo.”
Tinha razão o Miltinho, que foi muito feliz na sua síntese: Família, Igreja e Amor, estas três palavras resumem a trajetória dessa devota de São Gonçalo, que se encaminha para os 90 anos.
Nossa comunidade católica batalhense é profundamente devedora à sua pessoa. Vejo em “dona Lete” um testemunho vivo de serviço à Igreja de Jesus Cristo, que está em Batalha, através de seus inúmeros serviços prestados à nossa comunidade. Desde o seu zelo pelas alfaias, seu amor ao Coração de Jesus, à Maria e a São Gonçalo, nosso patrono, até o serviço às pessoas no exercício de sua caridade.
Amiga dos sacerdotes, por quem nutre enorme respeito e reverência. Eles ao chegarem à Batalha, para exercerem o seu ministério pastoral logo perguntam: “Quem é dona Iolete?”.
Não recordo-me de tê-la vista na igreja, sem estar portando a sua bela fita vermelha, sempre bem vistosa e engomada, símbolo de sua adesão ao Apostolado da Oração, e do seu amor pelo Coração de Jesus. Ela sempre fez muito pela Paróquia de São Gonçalo, porém, é de uma discrição própria dos santos, não faz alarde, e sempre age com grande eficiência e rapidez.
Toda pessoa, verdadeiramente, se é de Deus, é também um ecônomo da palavra, Iolete não gasta uma vírgula além da matéria-prima que lhe serve de signo para expressar o indizível. Sua presença, a percebo desde menino, é uma presença quase silenciosa, sua presença é mais sugerida que descrita, como a renda cujos vazios são o conteúdo do desenho.
A vejo sempre como uma mulher batalhense, naquilo que mais nos identifica, não adianta tentar descrever este jeito, só quem nasce por estas banda o sabe bem, pois nossa terra, tem um mistério revelado, só por quem a freqüenta e conhece este jeito.
O que será que Iolete reza? Mulher rezadeira, ou melhor dizendo noveneira, e não noveleira, sua reza traz Deus nas dobras do ser e, por isso, é capaz dessa atitude panenteísta, de quem, O identifica no infinitamente grande, como o brilho das estrelas, e no infinitamente pequeno, como um toco de vela. Seu olhar, dona Iolete, é sacramental, suas atitudes trazem as marcas do Criador, seus olhos meigos traduzem o que seu coração está cheio, ou seja: ternura!
Ela não é uma daquelas ‘beatas’ rígidas e tristonhas, muito ao contrário, é profundamente alegre e pouca coisa material a abala.
Não vou falar de seus pecados, quem sou para apontá-los, a senhora os conhece, e os confessa com freqüência, eu bem sei. Mais que isto, Deus a conhece pelo verso e pelo averso, assim como a senhora conhece as toalhas do altar da matriz, assim Deus também a conhece!
Seu amor ao Sagrado Coração de Jesus é sem misura, certa vez me disse que ingressara ainda muito jovem no Apostolado da Oração, herança de sua mãe.
Tenho saudades de seus biscoitos de nata, feitos com capricho e zelo, sem falar no “assado” de capão de dona Iolete, que faz nascer fila de arrematadores nos leilões do santo padroeiro de Batalha.
Outra devoção de Dona Iolete é santa Teresinha do Menino Jesus, e têm razão os santos todos se parecem no essencial: ou seja no amor desmedido a Jesus e à sua Igreja, assim também é dona Iolete!
Uma das cenas que mais me edifica durante os festejo de São Gonçalo, é quando se aproxima a procissão, no dia 1º de janeiro. Quando a imagem passa em frente à casa de dona Bola, e ver dona Iolete ali sentada, contemplando com a sua fé contagiante a conclusão de mais uma festa, não tem cena igual, é um céu já no meio de nós. Contudo, precisa ter sensibilidade para tanto, quem não tem, deve esperar mesmo o céu, vou me contentando com estes pedacinhos de céu, enquanto espero a sua totalidade, mesmo sem saber se o mereço!
Dona Iolete muito obrigado pelo dom de sua vida, pelo seu serviço à nossa Igreja, pela sua audácia silenciosa e laboriosa, receba os votos de admiração de nossa gente batalhense!
Receba a bênção papal, que intervir aqui em Roma, a seu favor e do seu amado Apostolado da Oração, que faço chegar às suas mãos como sinal do reconhecimento de nossa Igreja pelo seu frutuoso trabalho!
Como disse no início dessa crônica, não quero e nem tenho condições de dizer tudo, só quis acenar algumas nuances de sua trajetória, sem ter atingido o mérito, concluo dizendo que se do barro o Criador fez alguém com tanto amor e capacidade de serviço, uma delas sem dúvidas com propriedade se chama Iolete Sampaio Machado Melo, parabéns!
Pe. Leonardo de Sales.