Sete candidatos protagonizaram um debate tenso e repleto de confrontos na noite desta quinta-feira (3) no estúdio da TV Globo, no Rio de Janeiro, no último encontro entre os presidenciáveis antes do primeiro turno da eleição, no próximo domingo (5).
Os atritos envolveram Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB), que ocupam os primeiros lugares nas pesquisas de intenção de voto, e também os demais candidatos – Luciana Genro (PSOL), Levy Fidelix (PRTB), Eduardo Jorge (PV) e Pastor Everaldo (PSC).
Em todos os blocos do debate, que durou duas horas e meia, os candidatos fizeram perguntas entre si, com tema livre (dois blocos) e com temas definidos por sorteio (outros dois). A cada pergunta, o candidato se levantava da cadeira, se dirigia até o centro do palco e chamava o adversário que desejava questionar.
Dilma indagou Aécio Neves três vezes; Marina perguntou duas vezes a Dilma; e Aécio questionou as duas rivais.
Marina Silva chegou a discutir com Dilma fora do ar após o encerramento do tempo de uma das etapas, depois de a presidente, candidata à reeleição, ter afirmado que o diretor de Fiscalizaçao do Ibama durante a gestão da candidata do PSB no Ministério do Meio Ambiente foi "afastado no meu governo por crime de desvio de recursos". Marina respondeu dizendo que a adversária fala "de forma toda atrapalhada" e continuou a discutir com a presidente mesmo depois de o som do microfone ter sido cortado.
A candidata do PSB voltou a se confrontar com Dilma quando o tema da pergunta foi o Banco Central. A presidente afirmou que a adversária confunde "autonomia" com "independência" do BC. "Independência do Banco Central é dar um quarto poder para os bancos", disse Dilma. "Está falando a Dilma das eleições e não a Dilma das convicções, que, por não ter experiência política, confunde os poderes. Autonomia do BC é para evitar que a inflação cresça como está acontecendo no seu governo", afirmou Marina. "Quer dizer que uma pessoa que não fez carreira política não pode ser presidente?", reagiu Dilma depois que a rival disse que ela se elegeu presidente sem ter sido eleita para mandatos parlamentares.
Marina Silva propôs durante o debate a criação de um 13º salário para os beneficiários do programa Bolsa Família. "Isso é que vai melhorar a condição de vida das pessoas", declarou.
Aécio discutiu com Luciana Genro porque a candidata do PSOL comparou PT e PSDB e afirmou que os tucanos deram origem ao escândalo do mensalão. "Você faz o seu espetáculo sem a menor conexão com a realidade", afirmou Aécio. "Quem não tem conexão com a realidade é você, que anda de jatinho [...]. Tu és tão fanático da privatização que fez aeroporto e entregou as chaves para o seu tio", replicou Luciana Genro. "Você não seja leviana, você está aqui como candidata a presidente", disse Aécio, erguendo o dedo, ao que Luciana Genro retrucou: "Você não levante a mão para mim".
Dilma voltou a afirmar no debate que foi ela quem mandou demitir o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e que ganhou nesta semana o benefício da prisão domiciliar depois de ter aprovado pela Justiça o acordo de delação premiada com o Ministério Público.
"Eu demiti esse diretor que está envolvido nesse escândalo", afirmou a presidente, o que motivou a contestação de Aécio Neves ao responder a uma pergunta de Pastor Everaldo sobre a Petrobras. "Não é o que diz a ata do Conselho. A ata diz que o diretor renunciou", afirmou Aécio, que passou a ler trechos do documento.
Aécio e Dilma se enfrentaram diretamente quatro vezes, em três perguntas da petista para o tucano e em uma dele para ela. Numa dessas questões, a presidente disse que o PSDB deixou a Caixa e o Banco do Brasil numa situação "extremamente precária". Aécio respondeu afirmando que "vocês [petistas] entregaram a Petrobras a uma quadrilha". Noutra, o tucano declarou que "os bons programas do governo do PT vão continuar, mas vão ser aprimorados" – Dilma disse que "talvez você não conheça" o programa Minha Casa, Minha Vida.
Aécio Neves também se confrontou com Marina Silva quando disse reconhecer que a adversária era alvo de ataques do PT, mas disse ter dúvidas sobre o conceito dela de "nova política" e de "governar com os bons". Ele apontou casos de políticos que perderam eleições e depois foram aproveitados na gestão da rival como ministra do Meio Ambiente. "Nada mais velho que nomear aqueles que foram derrotados nas urnas", disse. "Também fui atacada injustamente por vossa excelência. Está cheio de pessoas boas no seu partido. Se algum deles perder a eleição, o sr. vai chamá-los de velha política só porque perdeu a eleição?", indagou Marina.
O debate voltou a confrontar Luciana Genro e Levy Fidelix, que se atritaram no encontro anterior, na TV Record, quando o candidato do PRTB disse que homossexuais tinham de passar por tratamento psicológico "longe daqui". "Tu apavorou, chocou, ofendeu e humilhou milhares de pessoas com o teu discurso homofóbico", disse Luciana Genro. "Não estimulei nada, mentira sua", reagiu Fidelix. "Tenho meu direito de expressar minha posição cristã", afirmou.
Levy Fidelix também foi alvo de questionamento de Eduardo Jorge sobre o mesmo assunto. O candidato do PV disse que Fidelix "extrapolou todos os limites" e tinha de pedir perdão. "Você não tem moral nenhuma para me falar disso. O sr. propõe que o jovem use maconha, faz apologia ao crime", disse, em referência ao aborto. "Nós vamos nos encontrar na Justiça quando o MP abrir um processo e estaremos lá como testemunhas", disse Jorge. "Vire sua boca para lá", reagiu Fidelix.
G1.com
Os atritos envolveram Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB), que ocupam os primeiros lugares nas pesquisas de intenção de voto, e também os demais candidatos – Luciana Genro (PSOL), Levy Fidelix (PRTB), Eduardo Jorge (PV) e Pastor Everaldo (PSC).
Em todos os blocos do debate, que durou duas horas e meia, os candidatos fizeram perguntas entre si, com tema livre (dois blocos) e com temas definidos por sorteio (outros dois). A cada pergunta, o candidato se levantava da cadeira, se dirigia até o centro do palco e chamava o adversário que desejava questionar.
Dilma indagou Aécio Neves três vezes; Marina perguntou duas vezes a Dilma; e Aécio questionou as duas rivais.
Marina Silva chegou a discutir com Dilma fora do ar após o encerramento do tempo de uma das etapas, depois de a presidente, candidata à reeleição, ter afirmado que o diretor de Fiscalizaçao do Ibama durante a gestão da candidata do PSB no Ministério do Meio Ambiente foi "afastado no meu governo por crime de desvio de recursos". Marina respondeu dizendo que a adversária fala "de forma toda atrapalhada" e continuou a discutir com a presidente mesmo depois de o som do microfone ter sido cortado.
A candidata do PSB voltou a se confrontar com Dilma quando o tema da pergunta foi o Banco Central. A presidente afirmou que a adversária confunde "autonomia" com "independência" do BC. "Independência do Banco Central é dar um quarto poder para os bancos", disse Dilma. "Está falando a Dilma das eleições e não a Dilma das convicções, que, por não ter experiência política, confunde os poderes. Autonomia do BC é para evitar que a inflação cresça como está acontecendo no seu governo", afirmou Marina. "Quer dizer que uma pessoa que não fez carreira política não pode ser presidente?", reagiu Dilma depois que a rival disse que ela se elegeu presidente sem ter sido eleita para mandatos parlamentares.
Marina Silva propôs durante o debate a criação de um 13º salário para os beneficiários do programa Bolsa Família. "Isso é que vai melhorar a condição de vida das pessoas", declarou.
Aécio discutiu com Luciana Genro porque a candidata do PSOL comparou PT e PSDB e afirmou que os tucanos deram origem ao escândalo do mensalão. "Você faz o seu espetáculo sem a menor conexão com a realidade", afirmou Aécio. "Quem não tem conexão com a realidade é você, que anda de jatinho [...]. Tu és tão fanático da privatização que fez aeroporto e entregou as chaves para o seu tio", replicou Luciana Genro. "Você não seja leviana, você está aqui como candidata a presidente", disse Aécio, erguendo o dedo, ao que Luciana Genro retrucou: "Você não levante a mão para mim".
Dilma voltou a afirmar no debate que foi ela quem mandou demitir o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e que ganhou nesta semana o benefício da prisão domiciliar depois de ter aprovado pela Justiça o acordo de delação premiada com o Ministério Público.
"Eu demiti esse diretor que está envolvido nesse escândalo", afirmou a presidente, o que motivou a contestação de Aécio Neves ao responder a uma pergunta de Pastor Everaldo sobre a Petrobras. "Não é o que diz a ata do Conselho. A ata diz que o diretor renunciou", afirmou Aécio, que passou a ler trechos do documento.
Aécio e Dilma se enfrentaram diretamente quatro vezes, em três perguntas da petista para o tucano e em uma dele para ela. Numa dessas questões, a presidente disse que o PSDB deixou a Caixa e o Banco do Brasil numa situação "extremamente precária". Aécio respondeu afirmando que "vocês [petistas] entregaram a Petrobras a uma quadrilha". Noutra, o tucano declarou que "os bons programas do governo do PT vão continuar, mas vão ser aprimorados" – Dilma disse que "talvez você não conheça" o programa Minha Casa, Minha Vida.
Aécio Neves também se confrontou com Marina Silva quando disse reconhecer que a adversária era alvo de ataques do PT, mas disse ter dúvidas sobre o conceito dela de "nova política" e de "governar com os bons". Ele apontou casos de políticos que perderam eleições e depois foram aproveitados na gestão da rival como ministra do Meio Ambiente. "Nada mais velho que nomear aqueles que foram derrotados nas urnas", disse. "Também fui atacada injustamente por vossa excelência. Está cheio de pessoas boas no seu partido. Se algum deles perder a eleição, o sr. vai chamá-los de velha política só porque perdeu a eleição?", indagou Marina.
O debate voltou a confrontar Luciana Genro e Levy Fidelix, que se atritaram no encontro anterior, na TV Record, quando o candidato do PRTB disse que homossexuais tinham de passar por tratamento psicológico "longe daqui". "Tu apavorou, chocou, ofendeu e humilhou milhares de pessoas com o teu discurso homofóbico", disse Luciana Genro. "Não estimulei nada, mentira sua", reagiu Fidelix. "Tenho meu direito de expressar minha posição cristã", afirmou.
Levy Fidelix também foi alvo de questionamento de Eduardo Jorge sobre o mesmo assunto. O candidato do PV disse que Fidelix "extrapolou todos os limites" e tinha de pedir perdão. "Você não tem moral nenhuma para me falar disso. O sr. propõe que o jovem use maconha, faz apologia ao crime", disse, em referência ao aborto. "Nós vamos nos encontrar na Justiça quando o MP abrir um processo e estaremos lá como testemunhas", disse Jorge. "Vire sua boca para lá", reagiu Fidelix.
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