Dona Rosângela: quem é a patroa que ficou famosa na greve no RJ


“De que jeito? Não sei. De avião, só pode. Porque não tem como, né, Dona Rosângela? Não tem como chegar no trabalho. ”

O desabafo de Ana Beatriz dos Santos, de 23 anos, em meio à greve dos rodoviários do Rio de Janeiro nesta terça-feira (29) rapidamente virou assunto nas redes sociais e foi parar nos trending topics, como um dos assuntos mais comentados da internet.

Muitos internautas começaram a pintar a tal Dona Rosângela como uma patroa carrasca, dondoca e implacável que obriga a funcionária a dar um jeito de chegar ao trabalho mesmo em meio a uma greve que complicou a vida de muitos trabalhadores na cidade.

Dona Rosângela também ficou sem ônibus

Mas a dona Rosângela de verdade é uma encarregada de serviços gerais, tem 55 anos, moradora de Santa Cruz, na Zona Oeste da cidade, e que só chegou ao trabalho nesta terça (29) porque pegou carona com um supervisor.

“Eu não falei nada de avião, não. Ela que falou aquilo brincando, é o jeito dela de falar”, contou Rosângela de Souza ao g1.

Ela disse ainda que vinha falando, sim, com Ana Beatriz ao longo da manhã, mas dando orientações de como tentar chegar ao trabalho, dando dicas de onde pegar algum transporte.

“Só consegui vir para o trabalho porque um supervisor veio me buscar juntamente com mais três funcionários. Aqui em Santa Cruz não tem transporte mesmo. Fui falando com ela como fazer para vir, como chegar. Falei com ela para vir porque ela é nova no emprego. Começou agora, há um mês. Daí, atrasada a gente dá um jeito, mas faltar já pega mal com o patrão, né?”, diz Rosângela.

A encarregada contou que a volta para casa no dia tumultuado pela greve também só aconteceu porque conseguiu carona e que a região da Zona Oeste, onde mora, continua sem transporte adequado.

“Aqui é BRT ou van, mas as vans estão cobrando até R$ 20 e estão circulando até Campo Grande só. Em dias normais a passagem custa R$4,05. Aí não tem como”, disse.

*G1

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