A cooperativa foi uma das contempladas com investimentos do Governo do Piauí, por meio da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), com o projeto de apitoxina, no valor de R$ 232.641,55, concluído em dezembro de 2019.
Formada por 280 cooperados de 14 municípios da região norte e com a projeção de incluir apicultores de mais 12 cidades, o apicultor Saturnino Mendes Pessoa Neto, presidente da Codervap, disse que em 2021, foram produzidas cerca de 200 toneladas de mel, o que gerou valor estimado em R$ 3 milhões.
Meta é produzir 500 toneladas
Com a certificação, Saturnino diz que as perspectivas aumentam e a meta, com os novos apicultores, é chegar a uma produção de 500 toneladas de mel por ano e começar a comercializar o produto para o mercado internacional.
"Com o selo, o nosso mel vai ter um preço melhor, pois aumenta a confiança e credibilidade do produto e assim teremos opção de novos mercados", disse, enfatizando que a cooperativa está em processo de montagem de entreposto que deve começar neste ano e com este novo equipamento, começar a entrar no mercado internacional.
Segundo Saturnino, a cooperativa vinha trabalhando com o apoio da Codevasf, um professor e pesquisador da Universidade Federal do Piauí e também com a Secretaria da Agricultura Familiar, o desenvolvimento da apitoxina, um veneno encontrado no ferrão das abelhas e que tem forte demanda no mercado farmacêutico, sendo uma matéria-prima usada exclusivamente para fabricação de medicamentos na área de reumatologia.
"É uma substância cientificamente comprovada para esta área, usada no mundo inteiro e os grandes laboratórios fazem esse processamento", explica, enfatizando que o teste com esse produto foi apoiado pela SAF, por meio do PROGERE, e faltava apenas a inspeção federal.
Certificação é marco histórico
De acordo com o Superintendente de Desenvolvimento Rural da SAF, Francisco das Chagas Ribeiro, a certificação permitirá a comercialização da apitoxina. “É um marco importante, uma vez que até receber o carimbo do SIF, a cooperativa atravessou diversas etapas de fiscalização e inspeção. A partir de agora, a apitoxina do Piauí poderá ser vendida para grandes empresas farmacêuticas nacionais e internacionais como matéria-prima de medicamentos para diversas doenças, principalmente na área da reumatologia. Todo esse processo foi apoiado pelo Governo do Piauí, por meio da SAF”, explica.
Foi o Programa de Geração de Emprego e Renda no Meio Rural (PROGERE II), executado pela SAF, o responsável pelos investimentos feitos na cooperativa com a construção e aquisição de equipamentos de uma unidade de extração de apitoxina, além da capacitação técnica, aquisição de coletores de apitoxina e reestruturação dos apiários já existentes.
Projeto beneficia seis municípios
A diretora do programa, Janaína Mendes, conta que o projeto beneficia seis municípios, impactando a renda de 24 famílias da região. “É um trabalho que vai desde a produção, extração até a comercialização da apitoxina a ser vendida para empresas farmacêuticas do país e exterior. O projeto piloto incluiu laboratório, casas de abelhas, equipamentos e toda indumentária necessária para a coleta de maneira adequada.
Entre janeiro e agosto, PI foi responsável por 29,1% das exportações de mel
Além da apitoxina, a cooperativa poderá exportar também o mel. Segundo o Ministério da Economia, entre janeiro e agosto de 2021, o Piauí realizou 29,1% das exportações de mel do país. A exportação de mel rendeu US$ 37,5 milhões em 2021. O valor é o maior dos últimos 5 anos para o período de janeiro a agosto. O presidente da CODERVAP, Saturnino Mendes Pessoa, comemorou a liberação do selo e disse que a certificação recebida pela cooperativa é resultado de um trabalho realizado com muita dedicação há anos pelas mãos dos agricultores e agricultoras.
"Não temos dúvidas que foram investimentos que resultam em melhoria na qualidade de vida das famílias e fortalece a economia”, disse.
Serviço de Inspeção Federal (SIF)
O Serviço de Inspeção Federal, conhecido mundialmente pela sigla S.I.F. é um selo responsável por assegurar a qualidade de produtos de origem animal comestíveis e não comestíveis destinados ao mercado interno e externo, bem como de produtos importados. Atualmente o Brasil exporta seus produtos de origem animal para mais de 180 países, se destacando como um dos principais exportadores mundiais, transmitindo segurança dos produtos.
*Fonte: Meio Norte