A Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco) estima um impacto de pelo menos 5% na conta de luz deste novembro em relação ao mesmo período do ano passado. Isso se dá em decorrência do recorde de consumo de energia registrado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) nos últimos dias.
Com o calor intenso em diversas regiões do país, o uso de equipamentos de refrigeração disparou, levando a um consumo elevado de energia elétrica. A carga de energia ultrapassou os 100.000 MW (megawatts) no Sistema Interligado Nacional (SIN) pela primeira vez na história, registrando 100.955 MW na segunda-feira e 101.475 MW na terça-feira.
Segundo Alexandre Moana, diretor-financeiro da Abesco, o aumento na potência evidencia um acréscimo de 5% considerando apenas os dados do SIN. Esse crescimento expressivo na potência reflete no consumo, sendo comparado por Moana a uma situação em que um aparelho ligado em 80% de sua capacidade passa a operar em 100%.
De acordo com o ONS, esse incremento representou um aumento de 16,8% na carga, considerando a demanda atendida nos primeiros dias de novembro. Esse cenário, somado ao aumento de 8,59% na energia elétrica residencial nos últimos 12 meses, conforme o IPCA do IBGE, indica um impacto significativo nas contas de luz.
A onda de calor, com temperaturas acima de 40°C em várias partes do país, deve continuar até sexta-feira (17), segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O ONS tem acionado usinas termelétricas para atender ao crescente consumo, mas reforça a robustez e a capacidade do Sistema Interligado Nacional em atender à demanda.