Mais de 500 cartas, testemunhos de milagres e provas de virtudes compõem os documentos enviados ao Vaticano para a beatificação de Dom Inocêncio López Santamaria, que pode se tornar o primeiro santo nascido no Piauí.
O bispo, que dedicou 27 anos de sua vida ao município de São Raimundo Nonato, foi conhecido por sua luta contra a fome, a seca e o analfabetismo na região. Este mês, completa-se 66 anos de sua morte, e ele é lembrado como um dos maiores missionários do país.
Dom Inocêncio morreu há 66 anos, mas seu legado permanece vivo. Sua história de vida e obra agora passam por um processo de investigação para sua beatificação. A primeira fase, iniciada há 7 anos pelo Tribunal Eclesiástico, foi concluída com mais de 7 mil páginas de documentos comprobatórios sobre a vida do religioso.
Após a conclusão da fase diocesana, os documentos foram enviados ao Vaticano, iniciando a fase romana do processo. Esta etapa envolve análises e estudos pelos teólogos e cardeais do Dicastério para a Causa do Santo, sem prazo definido para sua conclusão.
Dentre os milagres atribuídos a Dom Inocêncio, destaca-se o caso de um bebê que saiu do coma após os familiares rezarem pela intercessão do bispo. Além disso, relatos afirmam que o religioso ajudava os pobres de forma discreta, entregando dinheiro escondido em envelopes para famílias necessitadas.
Dom Inocêncio deixou um legado de solidariedade e educação, construindo 28 escolas e contribuindo para a construção de estradas, poços, açudes e capelas na região onde atuou entre 1931 e 1958. Seu processo de beatificação e canonização foi solicitado pela Ordem Mercedária do Brasil, que realizou a coleta de documentos entre 2015 e 2019 em diversas cidades onde o religioso viveu e trabalhou.
Entre esses documentos, destacam-se cerca de 500 cartas escritas por Dom Inocêncio, endereçadas a autoridades eclesiásticas e políticas, solicitando ajuda para a região de São Raimundo Nonato.
*Com informações do CidadeVerde