Escala de trabalho 6×1: entenda o modelo e a nova proposta de mudança

Nos últimos dias, um movimento nas redes sociais tem dado visibilidade à escala de trabalho 6×1, sistema onde os trabalhadores cumprem seis dias de jornada e têm apenas um dia de folga. Esse modelo, amplamente usado em empresas que operam sete dias por semana, permite manter a carga horária de 44 horas semanais, com o direito ao descanso semanal remunerado. Mas a escala também é alvo de críticas e uma proposta para mudá-la já está em discussão.

O que é a escala 6×1?

Instituída com base na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que vigora desde 1943, a escala 6×1 distribui a jornada semanal em seis dias consecutivos. Assim, o trabalhador cumpre cerca de 7 horas e 20 minutos por dia ou 8 horas com ajustes de compensação. Embora a lei determine que o descanso semanal ocorra preferencialmente no domingo, muitos trabalhadores acabam folgando em outros dias da semana, especialmente em setores que funcionam ininterruptamente, como comércio e hospitalidade.

Por que mudar a escala?

A deputada federal Erika Hilton (PSOL) é uma das vozes a favor de um novo modelo, defendendo que o 6×1 é prejudicial à saúde mental e física dos trabalhadores. A proposta de Hilton, que vem ganhando força no Congresso, quer mudar a escala atual para uma jornada de quatro dias (4×3), com uma redução da carga semanal para 36 horas, mas sem cortes salariais.

Como funciona a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 4×3?

A PEC, uma Proposta de Emenda à Constituição, busca mudar o artigo 7º da Constituição para instituir uma jornada de trabalho reduzida e mais flexível. O novo modelo seguiria uma tendência global observada em países como o Reino Unido e Alemanha, que adotaram a jornada de quatro dias e relatam benefícios como aumento na produtividade, melhoria da saúde dos trabalhadores e até um aumento nas receitas das empresas.

Estudos do Reino Unido, mencionados pela deputada, mostram que a redução da jornada diminui o estresse e os sintomas de burnout, além de reduzir a rotatividade dos funcionários. Para que a PEC avance, a deputada precisa da assinatura de 171 parlamentares; até o momento, ela ainda trabalha para reunir o apoio necessário.

Apoio popular e resposta do Congresso

Nas redes sociais, a campanha já conquistou mais de 1,4 milhão de assinaturas e é apoiada por figuras públicas, como o vereador Rick Azevedo (PSOL-RJ), que iniciou a mobilização online. No entanto, a proposta encontra resistência entre alguns setores econômicos que acreditam que a redução da jornada poderia prejudicar a economia. Por outro lado, Erika Hilton argumenta que um modelo menos exaustivo aumentaria a produtividade do Brasil, especialmente em comparação com países que adotaram jornadas mais curtas e observaram benefícios significativos.

E Agora?

O debate sobre a escala 6×1 e a proposta 4×3 está só começando. Se a PEC conseguir o apoio necessário, o Brasil poderá ter mudanças significativas na jornada de trabalho, afetando milhões de trabalhadores que poderão ver um impacto direto em sua qualidade de vida e no equilíbrio entre trabalho e descanso.

Postagem Anterior Próxima Postagem