Vereadores denunciam impasse da Agespisa sobre poço em Batalha

Na segunda sessão ordinária de 2025 da Câmara Municipal de Batalha, realizada na noite desta sexta-feira (14), os vereadores voltaram a debater a recorrente falta de água em alguns bairros da cidade, destacando a necessidade de liberação de um terreno para que a Agespisa (Águas e Esgotos do Piauí) possa dar continuidade a uma obra que promete amenizar o problema. 

A discussão foi levantada inicialmente na sessão do dia 7 de março pelo vereador Sargento Machado (PT) e ganhou força com as falas do vice-presidente da Casa, Guilherme Machado (PP), e do presidente da Câmara, Thyago Lustosa (PP), que também convocou a população para uma audiência pública sobre o tema.


Durante a sessão do dia 7 de março, o vereador Sargento Machado trouxe à tona a crise no abastecimento de água nos bairros Vila Kolping e Pedra do Letreiro. Ele afirmou que, após receber diversas reclamações da população, procurou a Agespisa e descobriu que existe um poço perfurado na região que poderia aliviar em até 70% a escassez de água nesses locais.

No entanto, segundo ele, a estrutura nunca foi regularizada pelo município, impedindo a instalação de uma bomba para fornecer água aos moradores. "Esse ofício da Agespisa para o município está lá desde 2021. Por que nunca foi tomada uma providência? Eu não sei", questionou o vereador.


Na sessão desta sexta-feira (14), o vereador Guilherme Machado voltou ao tema, detalhando as dificuldades burocráticas que impedem a utilização do poço. Segundo ele, a Agespisa perfurou o poço em uma área do município sem necessidade de autorização prévia.

"Primeiro, a Agespisa cavou o poço numa área que é do município. Para cavar não precisou de autorização de ninguém, não precisou de doação de terreno, foi cavado. Cheguei até o poço, está lá, cavado, ligado, mas eles não interligam, não fazem interligação, se a prefeitura não fizer a doação do terreno", explicou.

O vereador também enfatizou a incoerência do processo e questionou os motivos pelos quais a AGESPISA mudou de postura em relação ao terreno. "Se para perfurar o poço, a AGESPISA não precisou de nenhuma autorização, por que agora há toda essa polêmica para realizar a interligação? Isso atrasa a solução do problema e prolonga o sofrimento da população. A documentação da doação está em andamento, mas precisamos de mais agilidade para que o serviço seja concluído o quanto antes", argumentou o vice-presidente.

Entretanto, para realizar a interligação da estrutura ao sistema de abastecimento, é necessária a doação formal do terreno por parte da prefeitura. "Estou aqui com a documentação. O que está ocorrendo é que o cartório pediu um projeto com a área completa, e isso tem causado atraso. A assessoria da prefeitura já tomou providências e logo a situação será regularizada", afirmou Guilherme.


O presidente da Câmara, Thyago Lustosa, reforçou a gravidade da situação, destacando que a falta d'água impacta diretamente o cotidiano das famílias, dificultando a higiene pessoal, a frequência escolar das crianças e até o acesso à água potável. "Nem todos nessa região têm condição de manter uma reserva de água em casa. É um problema muito sério que precisa ser resolvido com urgência", alertou.

Diante do impasse, Lustosa protocolou um requerimento solicitando uma audiência pública para debater a questão com representantes da Agespisa, do Ministério Público e da sociedade civil. "Vamos buscar uma solução com a presença da população, pois é necessário pressão popular para que as coisas andem", afirmou o presidente da Casa.

O requerimento foi aprovado por unanimidade pelos 10 vereadores presentes na sessão. O vereador Paulo Pires (PT) não compareceu por motivos de saúde.


Durante a sessão, Thyago Lustosa também criticou a qualidade dos serviços prestados pela Agespisa em Batalha. Segundo ele, além da ineficiência no abastecimento de água, a concessionária deixa buracos abertos nas vias públicas após a realização de obras, causando acidentes, empoçamento de água e desvalorizando a cidade. "Esses buracos geram custos na manutenção de transportes e prejudicam a mobilidade urbana", enfatizou.

Outro problema levantado foi a extensão da rede de abastecimento. Lustosa denunciou que moradores que residem afastados da rede principal precisam arcar com os custos da instalação da tubulação para suas residências, o que é inaceitável. "A Agespisa deveria entregar água na porta de cada morador sem cobrar por isso. Vamos cobrar uma solução para esse problema na audiência pública", concluiu.

Lustosa encerrou sua fala convocando os moradores para participarem ativamente da audiência, cuja data será definida pela mesa diretora da Câmara. 

"Não adianta só os vereadores cobrarem. É preciso que a população se manifeste e pressione as autoridades. Esse é um direito de todos", finalizou.

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