Após a conclusão da votação do Senado pelo impeachment e cassação do mandato de Dilma Rousseff, a imprensa internacional já repercutia o assunto. Veículos americanos, europeus e latino-americanos deram destaque ao assunto em seus websites.
O jornal The New York Times ressalta que a votação coloca fim aos anos de governo do PT na Presidência da República. “Seu impeachment não deve restaurar a confiança pública nos líderes do Brasil”, escreve o jornal.
A reportagem cita o PMDB, partido do agora presidente Michel Temer. O texto fala sobre escândalos de corrupção nos quais o partido está envolvido atualmente.
O assunto também foi abordado pelo El País, periódico espanhol. “Brasil chega assim à troca de seu governo mais traumático e esquizofrênico das últimas décadas”, escreve o periódico. O texto lembra que o processo já tinha resultado claro. El País chama a resistência do PT de simbólica, por conta dessa previsibilidade da votação.
Clarín, jornal da vizinha Argentina, deu grande destaque para o assunto em sua página inicial. “Se acaba uma era no Brasil”, era o título do texto. A matéria chama o processo de impeachment de “polêmico”. O jornal ainda relembra que é o segundo impeachment após a redemocratização do Brasil.
Clarín fala sobre a imagem frágil de Michel Temer frente à população. O cenário caótico, de acordo com o jornal, se completa com a situação econômica complicada pela qual o Brasil passa.
‘Buraco negro’
O “Clarín”, da Argentina, destaca ainda um artigo do editor de política internacional do jornal, Marcelo Cantelmi, para quem o Brasil caminha para um “buraco negro” ao “contornar as eleições”.
O jornalista diz considerar que Dilma reagiu tardiamente à queda na economia e que o Congresso barrou medidas de austeridade que ela tentou implementar em 2015, e afirma que “todos são culpados” pela situação atual.
“Aqui são todos culpados. Mas o erro institucional de ter tirado Rousseff à força deste modo e o precedente inquietante de fragilidade democrática que derrama sobre a região têm um só agravante. O de não ter aprofundado o caminho para convocar eleições antecipadas, que elegeriam um governo eleito para pilotar uma tempestade que não terminará amanhã e se agravará inevitavelmente”, conclui.
O também argentino La Nación disse que o processo foi “polêmico, intenso e dramático”. O texto ainda afirma que Temer terá um duro desafio até 2018: tirar o Brasil de uma situação econômica complicada.
O francês Le Monde chamou a última semana de “maratona”. O jornal ainda fala que Michel Temer, que assume agora de forma definitiva o cargo, já tem compromisso marcado na China, a reunião do G20.
Fonte: Exame e Uol