TRE-PI nega habeas corpus e mantém vereadora de Teresina presa

Magistrados apontam gravidade das acusações e risco à investigação. Esquema teria movimentado quase R$ 10 milhões.
Tatiana Medeiros, vereadora de Teresina pelo PSB — Foto: Jonas Carvalho/TV Clube

Por cinco votos a dois, o Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) decidiu manter a prisão preventiva da vereadora de Teresina Tatiana Medeiros (PSB). A decisão foi tomada durante sessão virtual nesta segunda-feira (14), após análise de pedido de habeas corpus apresentado pela defesa da parlamentar.

O relator do caso, juiz José Maria de Araújo Costa, votou pela liberdade de Tatiana com aplicação de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e suspensão do cargo. No entanto, a maioria dos magistrados entendeu que a gravidade dos fatos e o risco de interferência na investigação justificam a permanência da prisão.

Tatiana Medeiros é investigada por suposto envolvimento em um esquema de compra de votos e associação criminosa. O esquema, segundo relatório da Polícia Federal, teria sido operado por meio do Instituto Vamos Juntos, ONG coordenada por Tatiana, que teria sido usada para cadastrar eleitores e controlar votos nas eleições.

Durante as investigações, foi constatada uma movimentação financeira suspeita de quase R$ 10 milhões na conta bancária de Stênio Ferreira, padrasto da vereadora, entre julho de 2023 e dezembro de 2024. Além disso, a Polícia Federal encontrou R$ 97 mil em espécie na residência de Tatiana e R$ 10 mil escondidos no forro de seu escritório de advocacia.

A investigação aponta que a vereadora não apenas se beneficiou do esquema, mas também teria papel de liderança no grupo, atuando diretamente na articulação das ações. Também são investigadas a mãe, Maria Odélia, a irmã Bianca Medeiros, o namorado Alandilson Passos e a diretora da ONG, Emanuele Pinho de Melo, que teria realizado transferências via Pix a eleitores antes e no dia da eleição.

O presidente do TRE-PI, desembargador Sebastião Ribeiro Martins, votou pela manutenção da prisão, destacando a gravidade dos crimes e o fato de que “uma investigação criminal não se faz em um dia só”.

A defesa ainda pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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