Quem são os cardeais brasileiros que podem votar para escolher o novo papa

Sete cardeais brasileiros estão entre os 135 eleitores que escolherão o sucessor de Francisco
Foto: Getty Images

Com a morte do Papa Francisco nesta segunda-feira (21), a Igreja Católica entra oficialmente em período de luto, seguido de ritos fúnebres e da convocação de um conclave — o processo secreto de escolha do novo líder da Igreja, que reúne cardeais do mundo inteiro na Capela Sistina, no Vaticano.

Neste conclave, 135 cardeais estão aptos a votar. Todos foram nomeados por papas anteriores, incluindo o próprio Francisco, e têm menos de 80 anos — idade limite para participar da votação.

O Brasil, que possui uma das maiores populações católicas do mundo, estará representado por sete cardeais eleitores. Um oitavo cardeal brasileiro, Dom Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo Emérito de Aparecida, tem 88 anos e, por isso, está fora do processo eleitoral.

A seguir, conheça os sete brasileiros que ajudarão a eleger o novo pontífice:

Cardeal Odilo Scherer

Arcebispo Metropolitano de São Paulo, o gaúcho Dom Odilo Pedro Scherer tem 75 anos e participou do conclave que elegeu o papa Francisco em 2013. Na época, Scherer chegou a ser mencionado pela imprensa mundial como um possível candidato para suceder Bento 16.

Em 2024, o cardeal encaminhou seu pedido de renúncia ao Vaticano – segundo as normas da Igreja Católica, todos os bispos devem solicitar a renúncia ao completarem 75 anos. O papa Francisco acolheu o pedido de Dom Odilo, mas requisitou que ele permanecesse no cargo até 2026.

Cardeal João Braz de Aviz

Aos 77 anos, Dom João Braz de Aviz se tornou cardeal em 2012, pelas mãos do então papa Bento 16. Também participou do conclave que elegeu Francisco em 2013.

O cardeal natural de Santa Catarina serviu até janeiro deste ano como prefeito do Dicastério para os Institutos da Vida Consagrada e Sociedade de Vida Apostólica no Vaticano, o departamento responsável por gerir todas as congregações religiosas do mundo. Aviz passou 14 anos no cargo.

Cardeal Orani João Tempesta

O cardeal é Arcebispo Metropolitano do Rio de Janeiro desde 2009. Natural do interior de São Paulo, o religioso de 74 anos faz parte da Ordem dos Monges Cistercienses. Foi criado cardeal pelo papa Francisco em 2014.

Cardeal Sergio da Rocha

Arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, o religioso paulista é cardeal desde 2016. Antes de assumir a Arquidiocese de São Salvador da Bahia, foi arcebispo de Brasília e de Teresina.

Em 2023, Rocha foi nomeado membro do Conselho de Cardeais, conhecido como G-9. O conselho foi instituído pelo papa Francisco para assisti-lo no projeto de reforma da Cúria Romana e no governo da Igreja. O cardeal tem 65 anos.

Cardeal Leonardo Steiner

Arcebispo de Manaus, se tornou cardeal em 2022. Natural de Forquilhinha, em Santa Catarina, o religioso de 74 anos foi secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) entre 2011 e 2019.

Dom Leonardo Steiner faz parte da Ordem dos Frades Menores, também chamada de Ordem dos Franciscanos.

Cardeal Paulo Cezar Costa

Atual Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa é o mais novo da lista de brasileiros que participarão do conclave, com 57 anos. Se tornou cardeal em 2022, nomeado pelo papa Francisco.

Cardeal Jaime Spengler

Arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler é também o atual presidente da CNBB e do Celam (Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho). Aos 64 anos, ele foi o último brasileiro a se tornar cardeal, tendo sido nomeado pelo papa Francisco em dezembro de 2024.

Como funciona o conclave?

Os cardeais devem se reunir no Vaticano entre o 15º e o 20º dia após a morte do papa, onde ficarão em acomodações especiais enquanto as eleições acontecem.

Tecnicamente, qualquer homem católico romano pode ser eleito papa. Mas desde 1379, todo papa é selecionado do Colégio de Cardeais, o grupo que vota no conclave.

Isso significa que os sete cardeais brasileiros que participarão do conclave também podem ser votados para se tornar o novo papa.

Mas, para ser eleito, um cardeal precisa receber apoio de dois terços dos cardeais-eleitores – e a votação continua até que isso seja alcançado.

Se os cardeais não conseguirem chegar a um acordo sobre a pessoa a ser eleita, a votação é suspensa por um dia de oração e discussão antes de a votação começar novamente.

Na reunião, todos eles, incluindo os aposentados, discutirão em segredo os méritos dos prováveis candidatos.

Segundo o Vaticano, os cardeais são guiados pelo Espírito Santo. Mas embora uma campanha pública seja proibida, a eleição papal ainda é um processo altamente político.

Os encarregados pela coalizão têm duas semanas para forjar alianças, e acredita-se que os cardeais mais velhos, apesar de terem menos chances de se tornarem pontífices, reúnem maior poder de influência.

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