O Dia de São Jorge, celebrado nesta quarta-feira (23), é marcado por expressões de fé que atravessam diferentes religiões e tradições culturais no Brasil. Considerado um dos santos guerreiros mais populares do país, São Jorge é homenageado com missas, procissões, rodas de samba e feijoadas em estados como Rio de Janeiro e Bahia — onde a data é feriado oficial.
No catolicismo, o santo é lembrado como um mártir do século IV, executado por se recusar a renunciar ao cristianismo durante o Império Romano. Sua imagem, montado em um cavalo branco e enfrentando um dragão, representa a luta do bem contra o mal.
A devoção a São Jorge, no entanto, vai além da tradição católica. Na umbanda, ele é sincretizado com Ogum, orixá associado à guerra, à proteção e à abertura de caminhos. As celebrações nas religiões de matriz africana incluem cânticos, oferendas e refeições coletivas.
O espiritismo, embora não canonize santos, também reverencia São Jorge como símbolo de coragem e disciplina. Para muitos espíritas, ele é visto como um espírito de luz e inspiração para enfrentar dificuldades do cotidiano.
Apesar de não ser citado diretamente na Bíblia, a história do santo se consolidou por meio de documentos da Igreja e da tradição oral. A ausência de registros bíblicos não impediu que sua imagem ganhasse força entre os fiéis, que recorrem a ele em busca de proteção.
Além da dimensão religiosa, São Jorge também é figura presente na cultura popular. No futebol, é padroeiro do Corinthians e frequentemente lembrado por torcedores em faixas, músicas e homenagens.
Entre as tradições mais difundidas neste dia está a oração dedicada a São Jorge, considerada por devotos uma poderosa invocação de proteção espiritual:
“Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge,
para que meus inimigos, tendo pés, não me alcancem…”
A data é celebrada com fé, festa e uma forte simbologia de resistência, coragem e proteção — traços que continuam a manter vivo o culto a São Jorge em todo o Brasil.