Bolsa Família atende mais famílias que empregos formais no Piauí

Estado tem 1,6 beneficiário para cada trabalhador com carteira assinada
Foto: Reprodução / FDR

O Piauí está entre os 12 estados brasileiros onde o número de beneficiários do Bolsa Família supera a quantidade de trabalhadores com carteira assinada no setor privado. Segundo dados do Caged, divulgados no último dia 28 de maio, o estado possui 590.373 famílias atendidas pelo programa de transferência de renda, enquanto contabiliza 368.971 empregos formais na iniciativa privada.

A proporção é de aproximadamente 1,6 família beneficiada para cada trabalhador com carteira assinada, o que revela o tamanho da vulnerabilidade social ainda presente no estado. Os dados consideram apenas empregos na iniciativa privada, ficando de fora servidores públicos e trabalhadores informais, o que contribui para ampliar o contraste.

Esse cenário não é exclusivo do Piauí. Todos os estados onde o número de beneficiários do Bolsa Família é maior que o de trabalhadores formais estão localizados nas regiões Norte e Nordeste. O destaque é o Maranhão, que lidera o ranking com cerca de 1,2 milhão de famílias inscritas no programa e 669 mil empregos formais, quase duas famílias beneficiadas para cada trabalhador registrado. Já Santa Catarina aparece na outra ponta, com 11 empregos formais para cada beneficiário, evidenciando o desequilíbrio entre as regiões do país.

Apesar do número expressivo de pessoas dependentes do Bolsa Família, o Piauí tem apresentado sinais de melhora no mercado de trabalho. Desde janeiro de 2023, a geração de empregos formais tem superado o crescimento de novos cadastros no programa social. Setores como comércio, construção civil e serviços têm puxado o saldo positivo, impulsionados por políticas de qualificação profissional e investimentos em áreas estratégicas, como o de energias renováveis.

O Bolsa Família foi relançado em 2023 com novos critérios e valores. O programa manteve o benefício mínimo de R$ 600 por família, além de valores adicionais para crianças e adolescentes. Também foram reforçadas as condicionalidades, como a frequência escolar e a vacinação infantil.

No Piauí, o programa segue sendo a principal fonte de renda de milhares de famílias, especialmente em áreas rurais e municípios de pequeno porte, onde o acesso a empregos formais ainda é limitado.

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