Esquema revelado na Operação Coringa já era investigado desde 2022

Operação Alta Conexão revelou elo entre empresários e servidores da Novacap, incluindo nomes que voltam a aparecer no novo esquema
Foto: Divulgação/MPPI

A Operação Coringa, deflagrada nesta quinta-feira (12), trouxe à tona um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de cartel que teria movimentado mais de R$ 300 milhões em contratos públicos. O que pouca gente sabe é que parte dos alvos e do funcionamento do esquema já havia sido exposta pelo Ministério Público em 2022, durante a Operação Alta Conexão.

Naquele momento, as investigações apontavam para um grupo formado por empresários, servidores públicos e operadores políticos, suspeitos de desviar recursos por meio de emendas parlamentares e contratos superfaturados. O esquema envolvia a liberação de verbas para obras como pavimentação asfáltica e serviços urbanos, que eram direcionadas a empresas específicas, com atuação combinada nos bastidores.

Os levantamentos feitos à época indicavam o uso de empresas de fachada, contratos simulados, pagamentos acelerados sem justificativa técnica e lavagem de dinheiro por meio de transferências a familiares e comércios locais — práticas que voltam a aparecer agora na Operação Coringa, inclusive com mandados cumpridos na cidade de Batalha, onde foram apreendidos valores em espécie durante a busca em um estabelecimento comercial.

As semelhanças entre as duas operações mostram que o esquema pode ter continuado operando mesmo após os primeiros sinais de investigação, o que levanta dúvidas sobre a efetividade das medidas de controle e punição aplicadas anteriormente.

Além da repetição de estratégias, empresas citadas em 2022 voltam a aparecer agora entre as que receberam valores expressivos de contratos públicos, com suspeitas de cartel e fraudes em licitações. O Ministério Público também aponta que a atuação do grupo envolvia influência direta sobre setores administrativos de órgãos do governo, favorecendo pagamentos em troca de propina.

A nova fase das apurações levou ao afastamento de servidores públicos, bloqueio de bens, contas bancárias, veículos e até uma aeronave, conforme decisão judicial. No Piauí, os mandados foram cumpridos com apoio da Polícia Civil e do Bope.

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