Foto: Reprodução/Internet
O mundo assistiu nesta quinta-feira (8) a um momento histórico no Vaticano: o cardeal norte-americano Robert Prevost foi eleito o novo líder da Igreja Católica e escolheu o nome de papa Leão XIV. Ele é o primeiro papa nascido nos Estados Unidos e o primeiro a adotar o nome Leão em mais de cem anos, sinalizando uma possível inspiração em pontífices voltados à justiça social e à missão pastoral.
A fumaça branca saiu da chaminé da Capela Sistina às 13h07 (horário de Brasília), indicando que os 133 cardeais eleitores chegaram ao consenso necessário — dois terços dos votos — para eleger o novo sucessor de Pedro. Pouco depois, Prevost apareceu pela primeira vez como papa na sacada da Basílica de São Pedro, onde fez um discurso emocionado diante de milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Um “pastor de duas pátrias”
Nascido em Chicago, nos Estados Unidos, Robert Prevost tem 69 anos e também possui cidadania peruana desde 2015. Isso porque boa parte de sua vida missionária foi vivida no Peru, país onde atuou como religioso agostiniano, bispo e, mais tarde, como bispo de Chiclayo, no norte do país, entre 2014 e 2023.
Ele é conhecido como o “pastor de duas pátrias” e tem fluência em espanhol. Sua vivência na América Latina lhe conferiu uma compreensão profunda da realidade social e eclesial da região, além de fortalecer laços com comunidades em situação de vulnerabilidade.
Em suas palavras antes de se tornar papa, Prevost afirmou que sempre se sentiu um missionário. “Minha vocação, como a de todo cristão, é ser missionário, proclamar o Evangelho onde quer que se esteja”, disse ao Vatican News.
Uma liderança próxima e comprometida
Prevost é membro da Ordem de Santo Agostinho e já foi superior-geral da congregação. No Vaticano, atuava como prefeito do Dicastério para os Bispos, função estratégica na estrutura da Santa Sé, por ser o responsável por indicar bispos em todo o mundo. Em fevereiro, o então papa Francisco o promoveu a cardeal-bispo, com sede na Diocese Suburbicariana de Albano, próxima a Roma.
Em uma entrevista recente, ele resumiu sua visão pastoral:
“O bispo é chamado autenticamente para ser humilde, para estar perto das pessoas que ele serve, para caminhar com elas, sofrer com elas e procurar formas de viver melhor a mensagem do Evangelho no meio de sua gente.”
Sua trajetória discreta, mas sólida, e sua relação de confiança com o papa Francisco indicam que o novo pontífice deve dar continuidade ao espírito de uma Igreja sinodal, missionária e aberta ao diálogo.
Um discurso de paz, humildade e unidade
Em seu primeiro discurso como papa, Leão XIV falou sobre paz, união e compromisso com os que sofrem. Relembrou as palavras de Francisco, saudou os cardeais que o elegeram e agradeceu ao povo da sua antiga diocese de Chiclayo, no Peru.
“Esta é a paz de Cristo ressuscitado, uma paz desarmada, desarmadora, humilde e perseverante. (…) O mal não prevalecerá. Estamos todos nas mãos de Deus. Portanto, sem medo, unidos, sigamos adiante”, declarou da sacada da Basílica de São Pedro.
O novo pontífice também destacou o papel da Igreja como construtora de pontes, promotora da paz e próxima dos que mais precisam. Em espanhol, emocionou-se ao mencionar a comunidade peruana que acompanhou sua jornada como bispo.
O significado do nome Leão XIV
Ao escolher o nome Leão XIV, o novo papa se junta a uma tradição que remonta ao século V, com o papa Leão I, conhecido como “Leão, o Grande”. Esse pontífice é lembrado por ter enfrentado Átila, o Huno, e evitado a destruição de Roma.
O último papa a usar o nome foi Leão XIII, cujo papado durou de 1878 a 1903. Leão XIII é lembrado por sua contribuição à Doutrina Social da Igreja, especialmente pela encíclica Rerum Novarum, que abordou os direitos dos trabalhadores e os desafios da Revolução Industrial. Ao reviver esse nome, Leão XIV pode estar sinalizando prioridades sociais e uma preocupação com justiça e dignidade para todos.
O nome, derivado do latim para “leão”, carrega simbolismos de força, coragem e liderança. Pode ser um indicativo de que o novo papa pretende enfrentar com firmeza os desafios da Igreja e do mundo contemporâneo.
A continuidade do legado de Francisco
Leão XIV assume o trono de Pedro semanas após a morte do papa Francisco, a quem fez questão de homenagear em seu primeiro discurso. Francisco, que liderou a Igreja de 2013 até 2025, será lembrado como um papa reformista, com atenção especial aos pobres, à ecologia, à paz e à escuta dos povos.
Prevost foi uma escolha que uniu os cardeais — mesmo sendo menos conhecido do público em geral, sua experiência global e sensibilidade pastoral pesaram. Como observou o jornalista Christopher Lamb, “ele não era a figura mais visível, mas claramente conquistou o respeito do colégio cardinalício”.
Uma Igreja que caminha
Com a eleição de Leão XIV, a Igreja Católica inicia um novo capítulo. Um capítulo que parece manter o espírito missionário e reformador do papado anterior, agora sob a liderança de alguém que viveu de perto a realidade do povo latino-americano, mas que também carrega a perspectiva de quem nasceu no coração do Ocidente moderno.
“Queremos ser uma Igreja sinodal, que caminha, que busca sempre a paz, a caridade, e estar próxima, especialmente daqueles que sofrem”, afirmou o novo papa.
Enquanto os sinos de São Pedro ainda ecoam a eleição do 267º pontífice, o mundo olha para Leão XIV com esperança e expectativa. Um novo tempo se abre no Vaticano — e, com ele, a missão continua.
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