Uma forte chuva registrada na tarde desta sexta-feira (11) provocou alagamentos em diversas ruas e bairros da zona urbana de Batalha. Nas redes sociais, moradores compartilharam vídeos que mostram a água tomando conta das vias e quase invadindo residências.
Segundo o climatologista Werton Costa, diretor de Adaptação e Mitigação da Defesa Civil, a precipitação foi de aproximadamente 45 milímetros, mas com uma intensidade significativa. “Pela quantidade de água, aparenta ser mais de 45. Então, provavelmente esses 45 caíram de forma muito intensa”, explicou em entrevista ao Diário de Caraíbas.

De acordo com Werton, a chuva está relacionada a uma combinação de fatores climáticos que têm influenciado o tempo no estado. “Nós temos uma frente fria que entrou no estado ontem [quinta-feira], e aí começou a chover bastante. Tivemos uma chuva muito intensa em Santa Filomena, de mais de 123 milímetros. Castelo já choveu hoje, 83 milímetros. E Teresina teve chuva rápida, que deve ter acumulado entre 20 e 30 milímetros”, detalhou.
O período tem sido marcado por um regime irregular de chuvas. O Governo do Estado do Piauí, inclusive, decretou situação de emergência em 129 municípios devido à estiagem prolongada. Werton aponta que o fenômeno registrado nesta sexta é uma das faces dessa irregularidade.
“Essa é uma das facetas da irregularidade, é o fato de não chover a média que era esperada — chove-se abaixo — e há uma distribuição desigual do que chove. Algumas áreas vão receber mais, outras vão receber menos. No caso que nós estamos presenciando, essas chuvas no Sul e no Norte se devem a uma feliz coincidência: uma frente fria entrando no sul e a zona de convergência intertropical atuando no norte. Essa zona deveria ter trazido chuvas consistentes durante todo o mês de março, o que não aconteceu”, destacou o especialista.
Sobre a previsão para os próximos dias, Werton afirma que o sul do estado deve ver uma redução significativa nas chuvas, enquanto a faixa norte — onde está localizado o município de Batalha — ainda pode esperar novas ocorrências até o mês de maio. “A tendência é o sul zerar completamente, talvez com uma ocorrência isolada no fim do mês, e as do norte continuarem até maio, sempre com aqueles intervalos de muito sol”, completou.