Apontado como o líder de um esquema milionário de corrupção, um ex-diretor financeiro da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) é o principal alvo da Operação Coringa, deflagrada na manhã da quinta-feira (12), pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Segundo as investigações, o servidor mantinha vínculos com um supermercado em Batalha, onde foi apreendida a quantia de cerca de R$ 1 milhão em espécie, escondida dentro de uma caixa de papelão.
A ação do MP mirou 26 endereços no Distrito Federal e no Piauí, sendo três deles em Batalha. De acordo com o Ministério Público, o estabelecimento comercial seria utilizado para movimentar recursos obtidos ilegalmente por meio de um esquema de desvio de verbas públicas, superfaturamento de contratos e favorecimento de empresas em licitações.
Ainda conforme as apurações, familiares do investigado — incluindo esposa e irmãs — teriam sido utilizados como laranjas, com contas bancárias movimentando valores de origem suspeita. Somente duas irmãs do investigado teriam recebido mais de R$ 935 mil em depósitos.
Apesar de já ser réu em uma ação penal de 2022, relacionada à Operação Alta Conexão, o ex-diretor seguia ocupando posição de influência na Novacap até a última semana, com atuação direta na liberação de recursos. Durante anos, ele teria ocupado cargos estratégicos como diretor executivo e chefe do departamento financeiro e contábil da estatal.
Com a nova operação, a Justiça determinou:
- Afastamento do investigado da função pública
- Bloqueio de bens e imóveis
- Congelamento de cerca de R$ 1 milhão em contas bancárias
- Bloqueio de uma aeronave e uma embarcação
Supermercado
O supermercado em Batalha, citado na investigação, divulgou uma nota de esclarecimento nas redes sociais após a operação, informando que o local passou por uma fiscalização e que suas atividades seguem normalizadas. A nota não faz menção direta ao conteúdo das investigações.
O que diz a Novacap
Procurada pela imprensa, a Novacap informou, por meio de nota, que a sede da empresa foi alvo de busca e apreensão, e que foram recolhidos documentos, computadores e pen drives no departamento financeiro. A companhia declarou ainda que não tem acesso ao conteúdo completo da investigação, mas que está colaborando com as autoridades.
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